domingo, 20 de novembro de 2011

Fuga estratégica

Têm dias que não temos vontade de sair da cama, sem nenhum motivo específico, apenas queremos ficar ali, quentes, no escuro, com os pensamentos bombardeando a mente de forma simultânea nos impedindo de chegar a uma conclusão que seja. Tudo se torna complicado, os dramas crescem, as coisas sem importância de repente viram primordiais, as pessoas irritam, a frase “o que você tem?” soa invasiva e desapropriada.

Nesse momento a sensação que tenho é de estar camuflada, escondida, como se entrando em baixo do edredom eu me teletransportasse para outro planeta, um mundo só meu, ou ficasse invisível, apenas eu, o escuro, o nada e meus conflitos. Sim, alguns podem achar isso um tanto triste, estranho, de isolamento com indícios de transtorno de personalidade anti-social, mas, a meu ver, essa é só uma válvula de escape desse mundo turbulento.

Todos possuem uma maneira de escapar da rotina, um jeito de tentar respirar, um retiro particular e muitas vezes são julgados de problemáticos por isso, por depressivos, desequilibrados, outros, se auto condenam e se denominam assim por não aceitarem suas atitudes isoladoras. Não achem que isso é um problema, são fases e são nelas que nos conhecemos e nos fortalecemos, é sempre bom se afastar de tudo e de todos, imaginar-se em outro plano para se compreender e se achar, claro, sem fazer disso um hábito diário, pois ai sim seria um problema a ser analisado.

Faça isso, permita-se a não sair da cama, ache um mundo embaixo do edredom, uma válvula de escape, uma fuga, isole-se de tudo, dê utilidade aquelas velas que todos os anos te presenteiam, escute aquele velho disco, suma da forma que preferir, esse simples ato fará incrivelmente bem a mente, a alma e ao corpo!

domingo, 16 de outubro de 2011

O problema é o céu

As pessoas têm a mania de buscar motivo para tudo, o jeito de ser, o gênio, a intensidade, os erros, os problemas, sempre há uma crença, que vislumbra o destino com explicações que a meu ver só servem para consolar quem não enxerga suas forças e nem assume suas fraquezas, precisando ler em notas informações generalizadas com respostas magníficas sobre o porquê de ser assim ou assado.

Creio que tudo tem sim um motivo cósmico, também que esse cósmico é impossível de ser explicado, é como um algo intocável que por mais que as pessoas tentem não existe uma forma de entendê-lo, assim fica mais fácil justificar o ilegível utilizando esse tema já que muitas vezes o que não se entende, não se questiona! Passando adiante as falsas informações misteriosas e incríveis. Talvez seja meu ceticismo afiado falando, ou, apenas alguém que se irrita com esse vício das pessoas se afirmarem usando o céu, o vento, as nuvens para esclarecer sua chatice, seu egoísmo, seu mau humor é fácil brigar com todos ao redor, magoar todos à volta porque a lua está em marte!

O fato não é que não acredito em astrologia e todas suas vertentes, apenas não compactuo com as explicações sobre as reações da vida, sempre culpando uma data, o destino, os astros ou algo sei lá o quê! Nunca se culpando. A verdade está na digital da alma lá cada um tem sua podre essência, sua luz intensa, sua escravidão de si, sua liberdade do eu. Não somos iguais, nem nas estrelas, nos números, nas porcarias que inventam ninguém precisa de explicações nem de fajutos motivos, só de entendimento evolutivo.

domingo, 2 de outubro de 2011

Cada um em sua caixa

O mundo está carente! Todos estão acomodados em suas caixas, na rotina que no máximo é aleatória, ocupando a mente com problemas inexistentes, com exceções de casos com real gravidade. Na verdade estamos tão entupidos da mesmice que fazemos do nada um drama, do cansaço carência, do desconhecido nervosismo e da vida um encosto.

Não se há mais tanto tempo assim, tudo corre cada vez mais rápido e os problemas globais seguem o mesmo caminho, isso faz nosso corpo correr e já esta na hora de adaptarmos a mente para tudo se sincronizar no mesmo ritmo, assim notar um pouco mais a realidade ao redor.

As pessoas se acomodaram tanto a ponto de algumas nem expressarem mais opiniões sobre a situação cotidiana. A escassez de ideologias, das indignações, da coragem, das quebras de paradigmas imperam na atualidade. Parece que nada mais impressiona, as barbaridades que acontecem, a impunidade, não se têm mais voz, todos se calaram no comodismo de suas caixas, na futilidade de considerar um “problema” a dúvida do que vestir, e esses são os cegos propositais que vetaram a visão para a realidade, são a maioria que poderiam contribuir para um ideal, a verdade é que este “poderiam” está longe demais, as pessoas irão continuar se preocupando apenas com suas caixas e não estão dispostas a perderem seu tempo olhando para a caixa ao lado.

domingo, 25 de setembro de 2011

Essa tal Esperança

   A questão que anda confundindo a minha mente ultimamente é o fato da esperança.  O que é a esperança?   Se apegar ao impossível, permanecer estático a uma situação, lutar sem se cansar, esperar, não sair do lugar qual o sentido de tudo isso? Não desdenhando da importância do significado e da força dessa palavra, que isso é indiscutível, mas pensando racionalmente, este termo cansa. Parece que é o único consolo que as pessoas conhecem quando algo que queremos, que galgamos, no fim da errado.
   Temos que entender  aceitando que tentativas chegam ao limite e que existem caminhos que  não levam a lugar nenhum, contudo tem outros que levam à novas coisas e novos resultados, ou no mesmo por um outro lado. Sinto falta dessa realidade, das pessoas a afirmarem, sem medo, de olhar nos olhos para dizer, chega, acorda, não irá dar em nada, basta de tentar, o que não acorre, sempre há alguém que cita a tal esperança ilusória.
    Esperança é necessário e essencial tê-la, sempre, mas também é preciso saber o momento de desistir, nem tudo pode acontecer, não é para acontecer, nesses casos a esperança torna-se algo ruim, sem aceitação, transformando a razão em estupidez, a luta em cansaço que vira amargura invasiva, trazendo consigo a sensação de fracasso e incapacidade. Não permita que a esperança o transforme, às vezes é preciso apenas se conformar, aceitar e partir para outras questões, algumas vezes nos prendemos a um único foco, nos cegando para visão do que está ao redor, por teimosia ou por orgulho, o ponto específico se mantém intacto, mesmo sendo impossível de alcançá-lo, impedindo de ver quê o que está ao lado pode até ser melhor e é nesse ponto que entram as perdas de oportunidades.  
   Existe a falta de aceitação da derradeira hora de parar e isso não significa desistir, mas permitir-se a buscar outros desejos, outras vontades, outros sonhos. Há coisas que não tem como realizar e nem vão, aceitar isso não faz ninguém covarde ou desesperançoso, sim, alguém que tentou e percebeu o momento exato de cessar, buscando assim outros rumos que o leve a encontrar algo possível, ou, a tentar um impossível limitado.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Insônia

Cada vez mais percebo que nasci para noite, é nela que mais penso na vida fazendo reflexões ilógicas apenas para ver a lógica da realidade, ou tentar ver. Todos os dias me faço perguntas infundáveis, planos irrealizáveis e moldo estratégicamente meus passos que não chegam a lugar nenhum, geralmente nem saem do lugar por pensar tanto em tudo antes de dormir me esqueço assim que acordo, contudo diariamente refaço esse ritual que a meu ver se seguido corretamente poderia até auxiliar positivamente nas realizações futuras.

Sempre me considerei uma pessoa da lua, literalmente, amo quando escurece, a noite fica mais fresca, parece que o mundo não está com tanta pressa, se pudesse eu trocaria o dia pela noite facilmente, não há nada melhor do que dormir quando o sol está nascendo, com os pássaros cantando, talvez seja por esse gosto pessoal que me pego divagando várias histórias em minha mente, mesclando realidade com utopias para alimentar a satisfação mesmo que às vezes ilusórias, assim usando o tempo de forma produtiva enquanto aguardo ansiosamente o nascer do dia.

A verdade é que é a noite que as idéias me vêm à mente, que me inspiro para escrever, criar, refletir, analisar, organizar, planejar e imaginar é nesse período que tenho vontade de sair, de me divertir, de falar, nesse momento, quando todos dormem, me mantenho acordada e quando todos acordam me vem à vontade de dormir, por esse motivo sofro desse bendito mal, que adoro ter, mas o mundo não me deixa usufruir.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Coisas que eu sei

Achamos que sabemos tudo, sempre temos uma opinião formada, uma teoria que se invalida na prática e analisando os fatos de uma vivência nada experiente, mas imponente para manter a credibilidade, possuo algumas experiências que não chegam nem perto de todas que quero ter! Não que não tenha feito nada, mas quando penso no que já passou, hoje, aquilo que parecia ser sensacional, perde seu valor. As histórias repetem-se, essas que na adolescência eram tão intrigantes, incomparáveis, passam a não ser tão excepcionais, pode ser quê por serem tantas vezes contadas perderam a graça, ou, nunca tiveram graça nenhuma, era apenas algo novo á alguém novo, o problema é que o tempo passou e continua correndo cada vez mais rápido e nesse percurso me pego pensando naquelas histórias vividas há muito tempo atrás, me alegro pelas lembranças, mas me decepciono com as novas realizações.

Talvez a questão esteja nos anos que já contam seus vinte e tantos, transformando tudo que é desconhecido em medo, não permitindo assim às descobertas inusitadas, a razão se torna dominante afastando a impulsividade. Pensando nessa lógica tudo o que é desconhecido é arriscado e conforme ficamos mais velhos nos arriscamos menos, não agimos, ficando presos a mesmice, recordando histórias de um passado que não pensava no depois, tudo muda sem controle, o que antes era agir e refletir hoje é refletir, refletir, analisar, refletir e agir. Nunca gostei de pensar tanto no amanhã, o improvisado e o desprogramado tem mais sabor. Então por que me perco entre planejamentos e estratégias?

Vivo fazendo cálculos incalculáveis e pensando nos meus vinte e seis anos, na sensação de que ainda não me sinto preparada para constituir uma família e pode parecer ridículo, mas ainda sou extremamente dependente dos meus pais, parece que casar e ter filhos ainda esta muito distante, mas não esta! Não digo por preparação, mas pela idade. Apego-me em coisas que quero fazer, o que são muitas, e o cálculo dos anos invadem minha cabeça, ou seja, tenho vinte e seis anos com isso tenho quatro anos para fazer tudo o que quero sem ninguém para atrapalhar minha liberdade, aos trinta conheço alguém, aos trinta e dois me caso e aos trinta e cinco tenho filhos, faço essa conta repetitivamente, o que é preocupante já que na adolescência queria casar aos vinte e quatro, ter filhos aos vinte e seis e onde estou agora?

O problema não sei se está na minha mente que esta ficando paranóica por estar cada vez mais perto dos trinta, ou se todos os jovens se encontram nesses mesmos questionamentos, mas a verdade das coisas que eu sei é que não sei absolutamente nada  e gostaria que o tempo parasse para poder descobrir tudo com toda calma!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Adorável decepção

   Todos já tiveram suas decepções, umas amargas outras com o sabor de arrependimento cada uma com seu tipo, seu gosto. No meu caso, minha maior decepção foi também meu maior ensinamento de alguém que a fez com sorrisos e palavras.   Abusando da fragilidade ingênua, não a ingenuidade bondosa, delicada, desentendida, mas da ingenuidade orgulhosa que não admite, que não aceita o erro já tão errante, que acha que premedita seus passos sem ter a mínima idéia de onde iram levá-los, não se assume não se permite mostrar-se, escondida em coragem no gênio teimoso de personalidade forte, repleto de mentiras, essas que camuflam a real fragilidade de quem tem medo e se veste de cavalheiro para tentar afastar quem descubra a delicadeza insegura por trás da armadura.

   Nessa interpretação irreal de força encontrei aquele, que sagazmente descobriu o segredo, no paradoxo imperfeito, aquele que conseguiu me atrair para me desarmar, arrancando-me de meus escudos de proteção por capricho, foi o mesmo que levou consigo meu coração com todos os meus adjetivos sem máscaras, se tornando o inimigo íntimo que me conhecia por completo, o único que sabia das fragilidades tão escondidas. Conquistou-me com sorrisos não tão sinceros que burlavam minha raiva anunciada, escondida em seu antônimo, com palavras de ventos suaves que se sentia como leves toques doces com o amargo implícito e se mesclava com gostos identificáveis. Um erro cometido por olhos cegos de quem fica apaixonado.

   O calmo tornou-se pavor, as palavras traição, os ventos frescos furacão, logo a libertação transformou-se em fraqueza. Da mesma forma que surgiu pretensioso, se foi com todas as minhas defesas e armas. Sem nenhuma proteção as lamúrias deram lugar a autopunição, a tolice á tanto evitada imperou e com toda culpa, atirei-me ao pó do orgulhou e lá me reergui, na aceitação repentina da análise da fajuta interpretação de um personagem sem cacife, nem verdade para atuar, escondida por temor, atrás de elos de ilusórias forças, fugindo de si mesma, pela covardia de não se permitir a enfrentar os medos para aprender a coragem, na descoberta de que fragilidade não é fraqueza, mas a franqueza de mostrar-se de verdade, com todos os defeitos, com erros essências para ensinar.

   Essa decepção de sabor não especificado, cruel e bondosa me ensinou a solidão e o que é ter a real força. A mesma que me derrubou com um golpe me fez aprender a lutar, por quem sou, pelo que sou, como realmente sou, com armas sinceras, aceitando meus anseios para enfrentá-los, sou grata a ela! Me fez aprender do pior jeito, o que nunca esquecemos... Sofrendo!

domingo, 21 de agosto de 2011

Tudo culpa do passado

   Todos ficamos nos perguntando sempre as mesmas coisas, se apegando ao “e se”, não indo a lugar nenhum, perdendo-se em devaneios para consolar a mente, deixando passar oportunidades de olhar o que esta á frente e essas atitudes acabam se tornando parte da nossa rotina. Diariamente passamos a remoer o passado para chegar a uma conclusão, diminuir a culpa, avaliar os erros, as perdas para no momento que decidimos acordar! Verificar que o tempo correu e de novo o deixamos escapar, novamente retornamos aos incansáveis questionamentos e as cotidianas lamúrias. 

   São fatos inevitáveis essa preocupação em sempre culpar e justificar o presente com o passado, de alguma maneira isso nos conforta o que se torna um perfeito paradoxo de uma punição de dúvidas eternas extremamente difíceis de abstrair. Sempre a um culpado, uma vitima, um réu julgado e um juiz, esse é o resumo do passado, cada um com sua história fazem parte de um personagem, claro que nesse caso não estamos abordando as realizações, a felicidade, os ganhos, as conquistas todas as coisas positivas nos esquecemos de lembrar, de nos perguntar, de nos afetar positivamente, as descartamos removendo nosso mérito pelas coisas boas que conseguimos, pelo trabalho árduo e perdemos tempo cansando nossa mente com problemas sem soluções de um passado que se foi atrapalhando um futuro que parou.

    A verdade é que temos medo do futuro e sempre vamos ter, achamos que se ficarmos parados lembrando o passado teremos respostas para um futuro mais sólido ou alguma segurança para acertar, mas jamais teremos isso, claro que os erros servem para ensinar à não cometê-los novamente, o que não é uma regra, às vezes o raciocínio é lento e se é necessário mais de uma vez para aprendermos, isso nos faz humanos e mesmo velhos ou novos vamos ter duvidas e um eterno medo do incerto que se enquadra no que é o futuro.

domingo, 14 de agosto de 2011

Meros papéis

  Cheguei à conclusão que os seres humanos são papéis. Sim papéis! Nos rasgamos, viramos páginas. Sempre temos algo a dizer, no caso escrever, repetimos palavras, promessas, observações, perdemos tempo com planejamentos nunca cumpridos, fazemos planos para ter foco, mas sempre pegamos caminhos contrários, desenhamos, esboçamos, fazemos rascunhos.


  Tudo se resume em escritas, algumas inúteis, outras essências a vida. Às vezes perdemos tempo tentando, outras simplesmente paramos de tentar, deixando nesse percurso páginas em branco. Na agitação do novo, pulamos folhas fundamentais de calma e auxilio, com isso perdemos algumas noções e voltamos ao início do contexto contra a vontade, reclamamos, nos machucamos, gastamos linhas rasurando explicações, análises com explosões de sentimentos, rabiscaramos o nada, desenhos sem sentido. De repente entendemos, aceitamos, ou, só fingimos e voltamos ao título de um novo dia, com uma nova historia, uma rotina repetitiva, novos trechos, ou, um novo texto com novos personagens, com antigos, com os de sempre, com histórias sem fim, outras que assombram voltando do passado, com parágrafos de um presente, desejos, desabafos, previsões de futuro, sonhos.


  Somos papeis escritos a lápis com borracha, somos essencialmente necessários e facilmente descartados, somos individualmente dependentes, amassamos, acertamos, inventamos, mentimos, reciclamos, aprendemos e apagamos. Somos narrativas imaginárias, compomos sujeitos, inventamos predicados, vivemos histórias, umas reais, outras nem tanto. Culpamos os monólogos, aprendemos e nos consolamos com eles. Somos meros papéis, escritos a lápis com borracha!

domingo, 7 de agosto de 2011

Julgados e injustos

Às vezes nos deparamos com situações nunca antes imaginadas, tudo muda sem nossa permissão e vontade, as pessoas ao redor não são mais tão queridas assim, seus amigos o deixam angustiados, um problema paira no ar, um erro julgado, um réu. É valido quando o julgamento é merecidamente correto, a questão é quando julgam com a certeza dos injustos, incluindo suspeitos aleatórios, afinal é mais fácil apontar e culpar, do que ir contra a maioria com uma análise de personalidade e quem se atreve a ficar ao lado de um qualquer já então culpado! Cumpre pena junto a ele, colocando em prática a real lei dos hipócritas, que preferem seguir o embalo a questionar.

A vida se torna turbulenta, a verdade surge, aqueles que se diziam irmãos te descartam como um lixo qualquer, outros fazem questão de demonstrar insatisfação pela sua presença, os reais vilões espertos se aproveitam da situação para simplesmente pegar sua vida social lhe arrancando dela. Os que eram cogitados como falsos, sem opinião, egoístas e imaturos, de repente se tornam as melhoras pessoas, os injustos se tornam vitimas que dão sua sentença e os julgados se tornam um erro, todos como em um pacto te excluem, sem explicação, sem sentimento, com isso o golpe e a percepção da realidade. 

 Algumas pessoas incrivelmente sempre impressionam, chocam, mudam de lado com uma incrível facilidade, são persuadidas, convencidas e repentinamente toda crença que julgávamos ser firme, certa, forte, são derrubadas como cartas ao vento, descobrimos que ninguém realmente se importa nem aqueles que tínhamos certeza, ou, pensávamos que tínhamos.

 Tudo se torna um aprendizado cruel, uma lição de como são os seres humanos, uma lição para nunca mais se preocupar de mais com os outros, cuidar de mais, confiar de mais, amar de mais, pois quando menos se espera esses viram-lhe as costas como se todos aqueles mais não significassem nada.  

Na realidade a vida nos prega peças para nos fazer amadurecer obrigatoriamente, pessoas que jamais imaginamos nos tratam como culpados, quando menos se espera somos atacados pelos erros que cometemos ou pior, por erros que outros cometeram! O chão cai nos perdemos, mas mesmo que tudo pareça inexplicável e inaceitável, nos reerguemos com uma visão mais madura sobre o que são essas pessoas? De certa forma essas questões acontecem para fazer uma limpa em nossas vidas, removendo tudo o que não presta, jogando-os no passado pela eternidade.

Infelizmente muitos irão se identificar com essas situações e a esses afirmo, por mais que tudo pareça o fim do mundo, solitário e traído! Lembrem-se: Quem tem que ficar ao nosso lado há de ficar, quem não, apenas aceite, sofra e o deixe ir embora, talvez ele volte arrependido ou, nunca mais o veja, mas aprenda com as decepções e não permita que moldem com negativismo, mentiras, intrigas e falsidades, sua vida, não aposte alto em ninguém, apenas em si mesmo. Os injustos terão sua sentença e os julgados sua libertação, basta ser sempre fiel a sinceridade, a personalidade, a opinião, o bem e o correto. Eles sempre vencem!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Insistentes lembranças

Ontem fiquei relembrando e relembrar às vezes dói! Mas quem nunca cometeu aquela tolice? Aquele erro que permanece no pensamento insistentemente angustiando, um tormento incontrolável, cerebral, que não se pode arrancar, uma ressaca moral que parece eterna.

Tudo volta à tona quando de repente em segundos decidimos recordar, levando a memória ao que estava não esquecido, mas descansando propositalmente, como em um bombardeio os sentimentos afloram misturando pesares e raiva com a não aceitação, a autopunição retoma seu lugar, o arrependimento triunfa e novamente ocorre à volta do incrédulo de suas próprias atitudes tão errôneas quanto covardes.

Quem é capaz de controlar a mente? Somos incapazes disso, quando tentamos encontrar a calma necessária geralmente é tarde demais, tudo já foi revirado. Talvez se magicamente todas as metáforas utilizadas se tornassem reais e o controle da mente surgisse em nossas mãos, tudo poderia ser evitado, só que isso literalmente não acontece.

A realidade é que os erros que mais nos afetam permanecem vivos em nossas memórias para não nos esquecermos da sensação e assim não cometê-los novamente, mas este é apenas um ponto de vista, pode ser uma punição inconsciente, um vício pelo sofrimento que tem a necessidade de deixar intactas as cruéis lembranças.

Enfim, podemos divagar vários por quês, talvez, podem ser, a verdade é que tudo só depende de nós mesmos para mudarmos, do tempo, ou de algo pior, afinal, um erro é esquecido, quando outro maior é cometido.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tática de rotina

Incrível perceber como as pessoas precisam se dizer felizes, interessadas, outrora preocupada com o próximo, atenta a história de alguém que se demonstra desmotivado por algum problema rotineiro,ou, nem tanto assim, tentando passar receptividade com o olhar, consolo nos “ãrrãs” citados, passando a imagem de quem esta entendendo ou interessado a auxiliar.Não sei quanto a vocês, mas quando ocorre este tipo de caso no meu dia a dia com pessoas que não fazem parte diretamente de minha vida social, acontece algo incontrolável.

Assim que o (a) carente começa a falar mantenho minha cara acolhedora, atenta as palavras de desabafo, o que dura apenas alguns segundos, sou facilmente entediada, isso ocorre geralmente no período da manhã, momento em que minha mente parece estar em Solow. Mantendo meu ar acolhedor, passo a reparar em como a pessoa que esta necessitada, conta algo fazendo cara de quem esta sendo prensado, ou com alguma necessidade fisiológica, geralmente esse é o momento em que tenho que me monitorar a não fazer cara de deboche, pois é esta que fazemos quando temos vontade de rir em momento impróprio. Mantendo o controle e voltando ao ar acolhedor, decido parar de analisar os traços físicos do falador, sem querer começo a pensar em algo como: Será que tenho  tempo de ir a manicure? Acho que vou almoçar guloseimas hoje? Preciso ligar para ver aonde será a festa! Pensamentos que não são ligados entre eles e não tem absolutamente nada haver com o assunto citado praticamente como um monólogo.

Novamente o autocontrole se é necessário, pois os “ãrrãs” citados no início da conversa são sincronizados com a pausa do outro, a tática é começar a utilizar palavras do tipo: entendi, exatamente, claro, nossa, certamente, sempre concordando. Outra dica também é citar frases que alimentam o ego como: Você é inteligente, podendo trocar apenas o adjetivo. Sempre fazendo um rodízio de frases, palavras, sons.

Isso não significa que sou uma pessoa insensível, acho extremamente válido ajudar um colega que precisa conversar um amigo, um ente querido, mas a verdade é que tem dias que o cérebro, corpo, humor, não estão afim, são nesses que muitas vezes sem querer ajo dessa maneira. Mas ao invés de achar isso terrivelmente desumano passo a achar extremamente interessante, pois se analisarmos pode se utilizar “a tática” em reuniões chatas, com pessoas desagradáveis, encontro de família, sem ser rude, assim, ajudando aquele que tanto precisa apenas ser ouvido, sem opiniões ou julgamentos sem principalmente sobrecarregar a mente com coisas que geralmente não possuem a mínima importância.




terça-feira, 19 de julho de 2011

A casa no alto do morro

Sempre que faço uma viagem me perco em pensamento admirando as paisagens, tudo é tranquilo, apenas eu, a estrada, o verde da mata e a música não tão calma, mas que liga perfeitamente com a imagem, de acordo com o meu gosto pessoal e fazendo exatamente isso, peguei a estrada rumo a lugar nenhum.
No caminho reparei em algo que subitamente me chamou a atenção, notei que no alto de uma montanha, havia uma casa, moldada em uma beleza simples, mas detalhadamente caprichosa na jardineira florida da única janela vista daquele ângulo, a porta aberta, com telhado baixo, um jardim não muito embelezado, uma pequena plantação para o alimento do dia a dia, duas cadeiras que de longe parecem ser de madeira, já velhas, ao lado da construção uma única árvore, uma palmeira que chama atenção sozinha no alto do monte, a grama batida e um canteiro.   Naquele cenário sem portão, sem riquezas, sem nada de mais, apenas a casinha do alto do morro, a imaginação tomou forma, na curiosidade que nunca será saciada, de quem lá habitava.
Poderia ser o Seu José, um velhinho contador de histórias, que quando jovem andarilho se perdeu por estas bandas, no desespero de não ver uma alma viva, decidiu subir o morro na esperança de ver do alto um caminho um alguém. Ao chegar no ponto específico se encantou com o que viu, se apaixonou e de lá nunca mais saiu.
Seu José falador, logo tratou de contar do seu amor, que foi lá do alto do morro que ele avistou a mulher mais bela que seus olhos puderam encontrar, gaiteira em seu vestido florido, sua pele morena, seu cabelo flutuante, tão linda que até seu nome era de flor, Jasmim, contou que assim que se encontraram instantaneamente seus corações se amarraram e nunca mais se soltaram. Foi assim que a vida seguiu seu rumo, em sua casa ele criou três filhos homens, que já pegaram seus caminhos, um em cada canto. Hoje seu José e Dona Jasmim vivem uma vida tranqüila, aposentados não trabalham mais na fazenda de soja alguns hectares à frente, se contentam em ler o jornal ao lado da palmeira admirando a paisagem a muito modificada pelo crescimento da cidade, paisagem essa que antes era só verde em vários tons cortado por um laguinho miúdo que não existe mais, secou com a construção da Rodovia que transformou o pouco verde que resta em uma única cor.  Contudo, Seu José ainda fala de sua humilde casinha no alto morro com brilho nos olhos e esse mesmo brilho aparece quando olha para Dona Jasmim.
Essa é toda uma história que poderia até ser verdade. Mas qual a graça da realidade? A realidade é previsível, objetiva, imposta e às vezes não tem a mínima graça!


sexta-feira, 8 de julho de 2011

O significado das rosas

   - Não gosto de rosas!
   Foi essa afirmação que ontem deixou meus amigos chocados na mesa de um bar.
  Não, não gosto de rosas e existe toda uma tese de persuasão de defesa sem tirar a beleza desse tipo de flor, o que é impossível, mas a meu ver a rosa tem vários significados que se contradizem entre eles como, por exemplo:

Existe a rosa que se define na palavra amor, o ser apaixonado que presenteia seu amado (a) com buque de rosas vermelhas, traduzindo todo o afeto já implícito na cor, um galanteio que inspira a felicidade da paixão, escrita no cartão perfumado que se resume na razão do viver, alimentando o ego de quem as recebe, transformando um dia qualquer em um dia romântico, inspirando todo ser sensível que se encanta com tal ato apaixonado, provocando suspiros e inveja aos carentes.

Outro caso é a rosa do perdão, aquela que faz parte do esquema de algum traidor (a), esses utilizam rosas para evitar a perda da confiança, ou, para reconquistá-la. Os safados geralmente sabem usufruir deste artifício, enganam e convencem qualquer pessoa com apenas rosas e os fracos se entregam aos perdões manjados dos traidores arrependidos de plantão.

Em um caso mais mórbido a rosa significa a morte, a morte de um amor, de um parente, de um amigo, ela representa o amor eterno, um gesto de carinho e saudade unindo-se a todos os sentimentos que oscilam nessas trágicas situações, falando do aspecto pessoal, um pouco triste, a rosa nesse caso me faz lembrar a morte de um ente querido onde vi a dor nos olhos de quem perdeu o amor de uma vida, nas mãos duas flores, uma rosa branca desejando-lhe a paz, outra vermelha representando a ultima demonstração de despedida, de amor, ambas tinham em comum a dor.

Essa é a minha visão do significado das rosas, ao mesmo tempo em que significam amor, paixão, carinho transformam-se em traição, erros, arrependimentos, prevenção, cautela, dor e por fim a morte. Se analisarmos bem, é muito significado para uma planta.



sábado, 2 de julho de 2011

Os homens tem TPM!

Com tantas coisas que dizem sobre as mulheres, o vicio pelo consumismo, a falta de objetividade, oscilação de humor, exageros e insanidade me fazem questionar, não sobre os sintomas femininos que isso já esta mais que concreto, mas sim que todos esses sintomas também estão na genética masculina, em outras proporções, óbvio, mas com certeza encontram-se lá. Como o fato de os homens possuírem algo ainda não descoberto que se assemelha a TPM ou alguma bipolaridade em níveis menores, sintomas esses que surgem no mínimo uma vez por mês e em outros casos chegam acontecer até diariamente.
Esses homens reclamam do nosso consumismo por roupas, cosméticos, sapatos, mas não param para pensar o quanto gastam com carros e com coisas que derivam deles, com o futebol, o poker, esporte, vídeo game e com álbuns de figurinha o que é um tanto quanto bizarro!
Reclamam da nossa novela como se fosse a coisa mais fútil do mundo, mas não perdem um capítulo, sabem mais do que nós sobre a trama, fato esse que nunca assumirão mas tudo bem! Vamos então comparar a nossa novela com os campeonatos futebolísticos, além do fato de verem jogos de times que ninguém sabia que existiam, vêem do seu próprio time como se fosse o resultado do Apocalipse, tendo a capacidade de descontar a raiva em nós mulheres. O que temos haver com isso? Depois nós que somos julgadas por desequilibradas exageradas dramáticas.
Nunca ouvi um caso de mulheres que perderam o controle com seu marido, amigos, parentes, qualquer pessoa do sexo masculino, porque não concordaram com o final da novela, saindo gritando, chutando parede, xingando o aparelho televisivo, ou atirando palavras tortas em qualquer ser.
Isso sim é desequilíbrio! Tai uma dica para os cientistas, tirarem um pouco o foco do comportamento feminino que todos já sabem e descobrir como chama a TPM masculina, seus sintomas, comportamento, analisando todo seu sistema neurológico.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O fantástico mundo ferroviário

Ontem acordei cedo, coisa que odeio fazer para pegar o metrô. Moro na zona norte e tinha que ir à Paulista comprar agulha para o meu toca disco, nem eu sei por que me dispus a ir pela manhã, já que tenho tempo ocioso de sobra de tarde, de noite de tudo.
Extremamente sonolenta peguei o metrô no Tucuruvi, linha azul o mais próximo da minha residência, adentrei, me acomodei e comecei a refletir sobre os seres humanos, conforme as estações passavam e o vagão se enchia. Passei a observar os rostos ao meu redor, analisando cada traço, verificando neles alguma leitura, captando a essência de cada ser, para descobrir algo inusitado, alguma história, qualquer informação.

Fui além de apenas observar e passei a imaginar histórias na minha mente, vive-las em meu mundo ilusório ou apenas desenhá-las com o pensamento.
Comecei com o senhor que entrou na Estação Armênia, com uma bengala, sorrindo para o nada. Na minha mente ele era um Senhor Alguém, que estava radiante pela vida passada e por se permitir ter um dia a mais, mas, todo seu alto astral vem da ansiedade de chegar ao seu destino, no centro da cidade. Não! Ele não foi encontrar a Senhora Alguém, que já o deixou a alguns anos o tornando viúvo (conclui, pois ele não possuía aliança, mas havia uma marca de quem a carregou por anos) seu encontro era com uma doce senhorinha que fez parte de seu passado, uma simpática garotinha da época de criança, que ressurgiu em sua vida após anos, o que mostra que nunca se é tarde para reencontrar o amor.
Adiante uma jovem, parecia ter uns vinte anos, adepta do Rock and roll, pelas tatuagens, alargador, mas não são esses os sinais, sim o fato de seu iphone estar tocando um roque pesado em um volume estridente que dava para escutar apenas as batidas ao longe. Com certeza a ressaca estava em sua face, provavelmente acordou atrasada, não houve tempo de tirar a maquiagem de ontem, e sim, conheço muito a maquiagem de ontem já fui trabalhar muitas vezes com ela, a balada deve ter sido boa, mas nem tanto, já que o garoto que ela gosta resolveu aparecer com umazinha, apenas para lhe estragar a noite, mas como vingança ela se dispôs a beber todos os conteúdos etílicos para ter a coragem de fingir que não se importava nenhum pouco com a situação constrangedora, passando a imagem de forte despreocupada de que aquela era a melhor noite de sua vida, algo que ela se impôs, a obrigação de se divertir para mostrar-se indiferente.
Já na linha verde, me deparei com a garota comum, aquela que aos vinte e dois anos já é noiva, com sua aliança praticamente neom no dedo, adepta de uma vida rotineira que vai do trabalho á faculdade, fato verificado pelo caderno e livros que estava carregando, que após o termino da aula fica aguardando na porta de entrada seu noivo ir buscá-la, provavelmente nunca frequentou um bar dos arredores, o que é o melhor da vida universitária, também a probabilidade de ser uma pessoa calma, com fala baixa e tímida esta implícita em suas vestimentas, nas cores, nos engomados e combinados o que a deixa com o ar de certinha, perfeita.
Assim segue minha vigem em ambos os sentidos, vendo e imaginando em cada rosto uma história, isso fez me sentir com poderes especiais de vidência, me fez olhar realmente vendo as pessoas, mesmo não acertando. Ao menos me permiti reparar que cada rosto tem uma história, não tão boa, ou,  tão melhor quanto aquela que criei e  tudo passa a ter um pequeno sentido, tudo se torna mais mágico.
Talvez seja eu uma louca um tanto quanto lunática com falta de que fazer, uma pessoa fanática que se inspira no “Fantástico Mundo de Bob” levando isso a sério demais para o seu cotidiano, ou sou apenas alguém que usa a imaginação para transformar um dia qualquer em algo interessante, isso é o que vos aconselho a fazer, imaginem uma história, inventem personagens, transformem o seu dia!