quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Maledicência da Incompreensão 

Quanto tempo perdido, em brigas infundáveis de contextos sem nexo nenhum.Se tornam relatos de fatos incertos, mal ditos e mal interpretados. Estamos nos afogando em nossas inseguranças, exaustos de nós mesmos, nos camuflando em paciência falsa, de frases feitas e egoístas. 

Tudo já está saturado a um nível de incompreensão, que qualquer conversa se torna uma guerra, essa guerra um problema, desse problema tristeza. Aquele tipo alimentado por orgulho, ego e decepção, um sentimento que vem da intolerância, da falta de tempo, da rotina, do desgaste que transforma tudo em discussão. Perdemos o afeto nas palavra, perdemos a vontade de achar esse afeto e só perdemos. Não temos mais vontade de procurar, porquê não vale a pena. Quanto vale aos envolvidos a incapacidade de se comunicar, compensa? 

Não deixe a falta de compreensão ofuscar a paciência, se tornando um argumento pejorativo para uma discussão, comunicação é a persuasão de idéias, ponto de vista, desabafo, interpretação, tão pessoal quanto a voz de cada um, às vezes com um consenso na conclusão, outras apenas premissa de variáveis do certo, orgulhoso, incorreto. O segredo é comunicar- se, utilizando vírgulas, exercitando a audição e principalmente o entendimento de não chegar a lugar nenhum, assim evitando o desgaste, aprendendo o controle para não alimentar tristezas. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Dessa vez não

Não...Eu não estarei mais por perto! 

Não estarei lá esperando a mínima oportunidade de ter uma migalha da sua atenção, que dependendo da noite, se nada de melhor aparecesse, a recompensa até era mais farta do que a miséria esperada, e isso, se transformava em uma faísca de esperança de que talvez pudesse, em meio a tudo, ter uma ponta de sentimento bom, quem sabe um amor orgulhoso escondido.


Não ficarei mais por perto apenas pela certeza de verificar, mesmo de longe, se você está bem para dirigir, se bebeu água, se comeu algo para não passar mal. 


Não vou mais reparar nos seus olhos tristes e perguntar o que aconteceu, com a certeza que você precisa de um abraço e um ombro para desabafar, apenas porque me preocupava e vê-lo sorrir me deixava feliz, mesmo sabendo que você iria embora com outra.


Não vou mais me diminuir, me iludir, me enganar por quem jamais teve uma fagulha de carinho por mim, nenhuma demonstração de gostar, ou simplesmente querer bem, nunca teve  coração nessa história, apenas corpo, interesse e intenção.


Não dessa vez, realmente não vou olhar em sua direção, assim não ocupo minha visão, permitindo finalmente ver outros olhos, sentir novos gostos, experimentar outros sabores, quem sabe reais amores. 


Dessa vez vou olhar para mim! Enxergando tudo que mereço, todos os erros que me fiz cometer, me amando e não vendo nem a sombra de você.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Conto nada de fadas

Talvez como um conto de fadas qualquer me forcei a acreditar que fosse possível um final feliz, sem a pretensão do para sempre, como se toda aquela saga de encontros, desencontros, empurrões e tropeços fossem parte da aventura misteriosa, ridiculamente almejada, onde ilusoriamente me auto dominei o papel de uma princesa mais que improvável, para um príncipe que nunca se quer foi sapo, nem cavalheiro, nem caçador, nem nada, acho que esse personagem sem sujeito nem nunca esteve na história, nunca quis fazer parte de nenhum capítulo, quanto mais ser o ator principal.

Era como se fosse uma estória de esperança de que algo, uma pontinha daquele mundo encantado pudesse acontecer e quem sabe por uma fração de segundo tudo mudasse magicamente e de repente ele percebesse que eu poderia aceitá-lo como meu sujeito qualquer, sem denominação comum e poderia até ser sem nexo , ou contexto, seriam nossas palavras mal escritas, estranhas e diferentes com a principal função de apenas se permitirem a viver.

Claro que essa possibilidade era com certeza impossível de acontecer, foi apenas uma válvula de escape para a cruel realidade de amar alguém quem simplesmente não sente absolutamente nada, comprovando com todas as letras a total indiferença para com sentimento alheio, matando aos poucos cada pedaço do coração. Tudo vai perdendo o gosto, o sentido e fugir se torna impossível, ainda mais quando não se tem ajuda para isso.

De repente esse vazio dolorido dá ao mesmo tempo uma sensação claustrofóbica, presa em uma sala sem portas e janelas, com a sua imagem em todos os cantos, sorrindo com um olhar debochado, consigo ouvir sua gargalhada ecoando dentro da minha mente toda vez que penso como deixei tudo chegar a isso, em que momento  permiti que voce me humilhace, em que segundo me tornei dependente desse seu malquerer interesseiro, egoísta e principalmente em qual dia que me esqueci e permiti que um ser tão cruel entrasse em minha vida tão toda, que até me tirou dela, me deixando com nada. 

Não tenho um lugar para correr, um colo para me entender, um ouvido que possa ser sincera, tenho apenas as palavras cinzas que se fantasiam de azul e o resto das cores que guardo para pintar minha máscara feliz...

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Quem sabe amanhã

Gostaria de escrever que o tempo mudou, a poeira sacudiu e a volta realmente foi por cima, que sairei desapegada rumo a diversão, meus dias serão alto astral, os momentos ruins se tornaram boas lembranças e o único sentimento que restou foi de indiferença. Poderia continuar com todas essas mentiras e baboseiras que deveriam servir para refletir e consolar o coração, levando a conclusão do ponto final, do chega, do não sofrerei mais!   

Sinceramente, não sei como conseguem fazer isso, porque dói, literalmente dói, a sensação de impunidade, o sofrimento, a angústia no peito que surge a cada momento parecendo que vem apenas para relembrar que está lá como um vírus e, fora todo esse processo interno, tem o rosto refletido no espelho, humilhado, que fica procurando em cada defeito estético a justificativa de não ser amado, culpando cada imperfeição, se auto punindo, incapaz de aceitar o fim, oscilando a raiva e o ódio, com o amor e a esperança, no absurdo de assumir que mesmo contudo, quer voltar.   

No momento não tenho nenhuma palavra motivadora, mesmo postando várias nas redes sociais, não sei como parar de pensar todos os dias nele e muito menos como não me culpar por isso, não tenho a mínima idéia até quando esse sentimento angustiante irá durar, mesmo sabendo racionalmente que só depende de mim para mudar isso, entretanto, ainda tenho as palavras escritas com sentimentos sinceros que me fazem desabafar e principalmente tenho total esperança no tempo que cura tudo, que poderá transformar o antes de sofrimento impossível de superar, em um depois de lembranças e histórias, livre,  pronto para voltar a se permitir gostar de coração aberto, desprendido.   

Por enquanto, o meu hoje são de palavras amargas, mas tenho certeza que em qualquer amanhã o doce voltará a preencher cada parágrafo.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Nunca seremos nós

Podemos continuar apenas fingindo que tudo está perfeitamente bem, afinal nunca tivemos e nem significamos nada um para o outro, quanto mais assumir de alguma forma algum possível sentimento existente, não temos vontade de ficar perto, nem arrumamos alguma maneira de nos encostarmos, mas isso é apenas para ter certeza da atenção. 

Nunca nos imaginamos juntos, a vontade de nos beijar é apenas coisa passageira criada devido algo entedioso ao redor, ou, devido nossa embriaguez do dia que incrivelmente nos uni como imãs alcoólicos, apenas por não ter algo melhor acontecendo na noite.

Não... Não existe nenhuma química perceptível por todos ao redor, é algo da cabeça dos outros que não devem ter absolutamente nada o que fazer, a não ser ficar reparando em nosso relacionamento que nem existe. 

Somos assim, seres livres, independentes, sem nenhuma intenção de estarmos juntos, porque nosso orgulho é muito maior do que aquela sensação de quando do nada suas mãos insistem em alcançar minha cintura sutilmente, para que de alguma forma eu não esqueça da sua presença lá e independente da distância, ou de quem está ao seu lado, seus olhos arrumam um jeito de me encontrar. 

Todas as nossas brigas, discussões e alfinetadas são coisas normais de amigos sem nenhum clima de tensão no ar e todo esse nosso jogo de disputa de quem magoa mais o outro nos mostrando felizes com outras companhias é algo sem fundamento, nem propósito, nós apenas aproveitamos o momento de conhecer pessoas legais

Assim vamos seguindo nessa turbulência particular, sem assumir, sem sentir, sem aceitar, quem sabe um dia chegamos ao ponto de nos machucar tanto que esquecemos o que nunca nos permitimos ter.