quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Dramas circulares

Nem somos tão espertos quanto imaginamos e nem tão burros, apenas somos o que nos permitimos ser. E entre tantos tropeços às vezes nos fazemos cegos apenas para ter uma desculpa chula pelos nossos erros e teimosias. 

A vida vai seguindo seu ritmo agitado, e coisas vão simplesmente passando, problemas vão se resolvendo, novos surgindo e passamos a culpar o tempo com mais frequência que o normal, justificamos a maioria das coisas pela falta dele, ou colocamos o peso da cura em suas costas, de fato o tempo é o clichê mais verídico da vida, o que esquecemos é que não depende apenas dele para algo entrar no eixo ou sair dele, a maior parte depende da nossa vontade de se permitir a aceitar, a mudar, a terminar, a conquistar a esquecer.


Esquecer!Não existe nada mais difícil, afinal como esquecer uma lembrança no passado mágica, no presente trágico? Como não reviver um momento especial na mente, repetidamente, para ver se assim ele volte a acontecer? Como não se lembrar de alguém que um dia já fez o coração bater tão forte de paixão e hoje o faz bater de tristeza? Sim, é incrivelmente difícil, a tortura de querer e não conseguir, nos transformamos em burros magoados e presos a não aceitação da perda, ficamos parados sofrendo, revivendo,recriando, não aceitamos a falta da reciprocidade de sentimento. Não admitimos ser trocados, não ter importância, não toleramos não ser percebidos.


Andamos em círculos dramáticos nos perguntando o por quê, do porque do porquê, na realidade o que nos afeta só será esquecido quando pararmos de nos questionar tanto e começarmos a aceitar mais, coisas acontecem quando tem que acontecer e nem tudo é do nosso jeito, gosto e modo,a simplicidade da cura do esquecer é não lembrar , não citar, afinal, quem não é citado não é lembrado, e vice e versa e talvez se pensarmos objetivamente conseguiremos colocar em prática este raciocínio...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Tiro ao alvo

Exigimos tanto dos outros que esquecemos de nos exigirmos, como se só os outros errassem, apenas eles incomodassem com seus defeitos e tudo mais. Ultimamente tenho pensado em como a vida é uma grande evolução, antes tudo de alguma forma me incomodava, como se eu vivesse procurando erros para julgá-los e infelizmente os julguei, hoje vejo o quanto era errada por ter essa atitude, esse pensamento e não me orgulho nenhum pouco deles. 

A vida ensina, às vezes de forma bem cruel, foram  necessários todos os tapas, perdas, quedas e tropeços para me fazer aprender que existem vários lados e ângulos do que é certo e o mesmo para o que é errado, nem sempre o veredicto é unânime, nessa hora que a citação “tudo tem dois lados” se encaixa perfeitamente. O que mais ensina nessa vida além da vivência é claro, são as pessoas que fazem parte diretamente e indiretamente dela, pois eu digo  e assumo que já  traí, fui injusta, covarde, já julguei muito atitudes que como carma vim à cometer, já puni erros que eu errei e já agredi de alguma forma quem eu condenei, tudo isso de repente vem na mente quando a história muda de foco e o julgador vira o julgado, sentir na pele a condenação é extremamente difícil, constrangedor, impiedosa e angustiante. Não que agora eu tenha me transformado em alguém supremamente correto, não, mas com certeza penso e repenso mais antes de tirar conclusões, de ter opiniões formada, de apontar. 

Acredito que assumir o erro é dar um passo para o acerto, acredito também que existem pessoas que apenas por maldade, hipocrisia, imaturidade e covardia julgam as outras somente pela diversão de vê-las  magoadas, difamadas, apenas para derrubar e agredir, mas o que não mata, apenas derruba faz um guerreiro mais forte, evoluído e experiente.

Todos possuem suas crenças, seu modo de viver e ver a vida, suas verdades, suas mentiras, creio que todos cometemos erros e são desses erros que nos tornamos pessoas melhores, a vida é realmente uma eterna evolução em um caminho cheio de tropeços, quem sou eu para atingir alguém de forma ríspida, com golpes baixos, xingamentos, ataques, palavras, apenas por magoa, raiva, discordância, crença, antipatia, tristeza ou incompreensão. Quem sou eu para julgar alguém? Não sou nada, sou um ser humano que está tentando acertar, entender, aprender, evoluir, aceitar mais e julgar menos. O mesmo pergunto a você, quem é você para julgar?... Nem se fosse alguém extremamente correto, passivo, filantrópico, bondoso, que nunca cometesse erros, nunca tivesse sido injusto, maldoso, um ser puro, caridoso, que nunca magoou, atacou, mentiu, falou, brigou, traiu, nem se fosse uma pessoa assim, o que tenho absoluta certeza que não exista, nem ela poderia apontar para alguém e julgá-lo.

Portanto olhe bem para si e tente ver que em algum momento você já foi, ou será, igual ao alvo que está em sua mira!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Roda de flores

Deveríamos tentar ser mais nessa vida, aceitar mais, crer mais, ver mais, mas por que tudo é tão difícil? Tentamos entender o que já está entendido e repetimos esse processo de novo e de novo, como em um ciclo vicioso de não aceitação que veta a mente tornando-a irracional para camuflar a realidade com perguntas que já possuem respostas formuladas, reformuladas, concretas e exatas.

Todos cometemos esses erros e tratamos isso com algo normal, comum, aceitável. Só que no momento isso tem se tornado um tanto cansativo ao meu ver, não quero aceitar isso, mas não consigo deixar de fazer a mesma coisa, sempre, dando voltas no mesmo ponto, como se tudo fosse se resolver  milagrosamente na roda do ilusório consolo, e  o pior de tudo  não é rodar até ficar tonta, são os outros, aqueles bons samaritanos, que olham com olhos acolhedores, dizendo: Tudo ficará bem! Não gosto dessa resposta, ela não agrega em nada, não conforta, nem acalma. Tudo ficará bem! É o que espero, é pelo que rezo, o que anseio, talvez a melhor ajuda seria aquele tapa de sinceridade que destrói mas coloca no eixo, ou, não a afirmação de dizer que vai e sim  a vírgula para explicar como.

Dizem que alguns possuem a necessidade de ter atenção, transformando tudo em problema, em drama, eu digo isso das pessoas, porém o que não tinha notado é que nem todos conseguem sorrir com a alma chorando fingindo que tudo está maravilhosamente bem e quem são os espertos? Os que dizem a verdade e são julgados como carentes, ou, os que camuflam a realidade tornando-se covardes? Mais uma pergunta que todos já sabem a resposta.

Me falaram que as pessoas têm a tendência egoísta de achar, achar que seu problema é maior, sua vida é pior, sua família possuí crises surreais e a sensação de solidão, medo e angustia são únicas em um caso isolado, me falaram também que todos na verdade querem flores. Não quero  flores! Nem gosto delas, em um vaso elas morrem rápido, nos fazendo relembrar que tudo acaba. Lindo momento, flores, sentimento, mágica, dias depois morte, mal cheiro, lixeira de casa. Exagero? Sim! A vida é um exagero, o simples se torna grande, o pequeno um drama, a verdade um dilema e a mentira uma parte da feliz realidade...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O que me faz real

Aprendi muitas coisas nessa meia vida de muitas que ainda vou aprender e desaprender. Algumas lições agregam trazendo valores, cultura e evolução, outras não trazem absolutamente nada, apenas a hipocrisia generalizada já presente na mente da sociedade e julgada como verdade.

Desde pequena temos um modelo a seguir, mas esqueceram de contar que esse estereótipo imposto é na realidade minoria, as pessoas não precisam pesar meio quilo para serem bonitas, essa tal magreza é super valorizada, as melhores coisas e pessoas são aquelas que conseguem fazer rir, mesmo com tudo desmoronando. A beleza não está no corpo, está na mente e principalmente nos olhos, e sim, não importa o que você faça os homens instintivamente vão olhar seus seios e bunda antes de qualquer coisa, mas existe a diferença entre um corpo de uma noite e uma cabeça de vários dias, isso é o que faz alguém especial. O que também não se deve é generalizar nenhum dos lados, ou seja, não é porque a pessoa tem um lindo corpo e uma genética abençoada que é alguém fútil e apenas se importa com a forma física, que gente muito bonita é burra, que as loiras são intelectualmente desprovidas, e que toda gordinha é inteligente, engraçada ou desajeitada.

   A verdade é que me fizeram acreditar que não sou bonita, que estou fora de forma, que meu cabelo deve ser liso, que devo clareá-lo para chamar a atenção. Ensinaram-me que extravasar, falar alto, rir e agir por impulso é coisa de louco, e por muito tempo na minha vida eu acreditei neles, me escondi, chorei, me anulei e sinceramente depois de tantos anos me auto denegrindo ainda há um longo caminho para a libertação, mas já dei um passo para me desvencilhar dessa baixa estima!

Foi preciso mudanças radicais para isso, primeiro tomar uma decisão e enfrentar muitos medos, depois aceitar. A aceitação é a chave de tudo. Aceitar que meus cabelos são enrolados e me apaixonar por cada cacho que ele forma, aceitar que não vou clarear meu cabelo apenas porque alguém me disse que isso é mais legal. Aceitar que não importa se eu faça ou não, vou continuar odiando academia e sempre vou odiar, aceitar que essa sou eu, e que vou fazer todas as mudanças sejam elas qual forem, mas serão feitas de mim para mim por mim e o resto que se...!