domingo, 20 de novembro de 2011

Fuga estratégica

Têm dias que não temos vontade de sair da cama, sem nenhum motivo específico, apenas queremos ficar ali, quentes, no escuro, com os pensamentos bombardeando a mente de forma simultânea nos impedindo de chegar a uma conclusão que seja. Tudo se torna complicado, os dramas crescem, as coisas sem importância de repente viram primordiais, as pessoas irritam, a frase “o que você tem?” soa invasiva e desapropriada.

Nesse momento a sensação que tenho é de estar camuflada, escondida, como se entrando em baixo do edredom eu me teletransportasse para outro planeta, um mundo só meu, ou ficasse invisível, apenas eu, o escuro, o nada e meus conflitos. Sim, alguns podem achar isso um tanto triste, estranho, de isolamento com indícios de transtorno de personalidade anti-social, mas, a meu ver, essa é só uma válvula de escape desse mundo turbulento.

Todos possuem uma maneira de escapar da rotina, um jeito de tentar respirar, um retiro particular e muitas vezes são julgados de problemáticos por isso, por depressivos, desequilibrados, outros, se auto condenam e se denominam assim por não aceitarem suas atitudes isoladoras. Não achem que isso é um problema, são fases e são nelas que nos conhecemos e nos fortalecemos, é sempre bom se afastar de tudo e de todos, imaginar-se em outro plano para se compreender e se achar, claro, sem fazer disso um hábito diário, pois ai sim seria um problema a ser analisado.

Faça isso, permita-se a não sair da cama, ache um mundo embaixo do edredom, uma válvula de escape, uma fuga, isole-se de tudo, dê utilidade aquelas velas que todos os anos te presenteiam, escute aquele velho disco, suma da forma que preferir, esse simples ato fará incrivelmente bem a mente, a alma e ao corpo!