domingo, 25 de setembro de 2011

Essa tal Esperança

   A questão que anda confundindo a minha mente ultimamente é o fato da esperança.  O que é a esperança?   Se apegar ao impossível, permanecer estático a uma situação, lutar sem se cansar, esperar, não sair do lugar qual o sentido de tudo isso? Não desdenhando da importância do significado e da força dessa palavra, que isso é indiscutível, mas pensando racionalmente, este termo cansa. Parece que é o único consolo que as pessoas conhecem quando algo que queremos, que galgamos, no fim da errado.
   Temos que entender  aceitando que tentativas chegam ao limite e que existem caminhos que  não levam a lugar nenhum, contudo tem outros que levam à novas coisas e novos resultados, ou no mesmo por um outro lado. Sinto falta dessa realidade, das pessoas a afirmarem, sem medo, de olhar nos olhos para dizer, chega, acorda, não irá dar em nada, basta de tentar, o que não acorre, sempre há alguém que cita a tal esperança ilusória.
    Esperança é necessário e essencial tê-la, sempre, mas também é preciso saber o momento de desistir, nem tudo pode acontecer, não é para acontecer, nesses casos a esperança torna-se algo ruim, sem aceitação, transformando a razão em estupidez, a luta em cansaço que vira amargura invasiva, trazendo consigo a sensação de fracasso e incapacidade. Não permita que a esperança o transforme, às vezes é preciso apenas se conformar, aceitar e partir para outras questões, algumas vezes nos prendemos a um único foco, nos cegando para visão do que está ao redor, por teimosia ou por orgulho, o ponto específico se mantém intacto, mesmo sendo impossível de alcançá-lo, impedindo de ver quê o que está ao lado pode até ser melhor e é nesse ponto que entram as perdas de oportunidades.  
   Existe a falta de aceitação da derradeira hora de parar e isso não significa desistir, mas permitir-se a buscar outros desejos, outras vontades, outros sonhos. Há coisas que não tem como realizar e nem vão, aceitar isso não faz ninguém covarde ou desesperançoso, sim, alguém que tentou e percebeu o momento exato de cessar, buscando assim outros rumos que o leve a encontrar algo possível, ou, a tentar um impossível limitado.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Insônia

Cada vez mais percebo que nasci para noite, é nela que mais penso na vida fazendo reflexões ilógicas apenas para ver a lógica da realidade, ou tentar ver. Todos os dias me faço perguntas infundáveis, planos irrealizáveis e moldo estratégicamente meus passos que não chegam a lugar nenhum, geralmente nem saem do lugar por pensar tanto em tudo antes de dormir me esqueço assim que acordo, contudo diariamente refaço esse ritual que a meu ver se seguido corretamente poderia até auxiliar positivamente nas realizações futuras.

Sempre me considerei uma pessoa da lua, literalmente, amo quando escurece, a noite fica mais fresca, parece que o mundo não está com tanta pressa, se pudesse eu trocaria o dia pela noite facilmente, não há nada melhor do que dormir quando o sol está nascendo, com os pássaros cantando, talvez seja por esse gosto pessoal que me pego divagando várias histórias em minha mente, mesclando realidade com utopias para alimentar a satisfação mesmo que às vezes ilusórias, assim usando o tempo de forma produtiva enquanto aguardo ansiosamente o nascer do dia.

A verdade é que é a noite que as idéias me vêm à mente, que me inspiro para escrever, criar, refletir, analisar, organizar, planejar e imaginar é nesse período que tenho vontade de sair, de me divertir, de falar, nesse momento, quando todos dormem, me mantenho acordada e quando todos acordam me vem à vontade de dormir, por esse motivo sofro desse bendito mal, que adoro ter, mas o mundo não me deixa usufruir.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Coisas que eu sei

Achamos que sabemos tudo, sempre temos uma opinião formada, uma teoria que se invalida na prática e analisando os fatos de uma vivência nada experiente, mas imponente para manter a credibilidade, possuo algumas experiências que não chegam nem perto de todas que quero ter! Não que não tenha feito nada, mas quando penso no que já passou, hoje, aquilo que parecia ser sensacional, perde seu valor. As histórias repetem-se, essas que na adolescência eram tão intrigantes, incomparáveis, passam a não ser tão excepcionais, pode ser quê por serem tantas vezes contadas perderam a graça, ou, nunca tiveram graça nenhuma, era apenas algo novo á alguém novo, o problema é que o tempo passou e continua correndo cada vez mais rápido e nesse percurso me pego pensando naquelas histórias vividas há muito tempo atrás, me alegro pelas lembranças, mas me decepciono com as novas realizações.

Talvez a questão esteja nos anos que já contam seus vinte e tantos, transformando tudo que é desconhecido em medo, não permitindo assim às descobertas inusitadas, a razão se torna dominante afastando a impulsividade. Pensando nessa lógica tudo o que é desconhecido é arriscado e conforme ficamos mais velhos nos arriscamos menos, não agimos, ficando presos a mesmice, recordando histórias de um passado que não pensava no depois, tudo muda sem controle, o que antes era agir e refletir hoje é refletir, refletir, analisar, refletir e agir. Nunca gostei de pensar tanto no amanhã, o improvisado e o desprogramado tem mais sabor. Então por que me perco entre planejamentos e estratégias?

Vivo fazendo cálculos incalculáveis e pensando nos meus vinte e seis anos, na sensação de que ainda não me sinto preparada para constituir uma família e pode parecer ridículo, mas ainda sou extremamente dependente dos meus pais, parece que casar e ter filhos ainda esta muito distante, mas não esta! Não digo por preparação, mas pela idade. Apego-me em coisas que quero fazer, o que são muitas, e o cálculo dos anos invadem minha cabeça, ou seja, tenho vinte e seis anos com isso tenho quatro anos para fazer tudo o que quero sem ninguém para atrapalhar minha liberdade, aos trinta conheço alguém, aos trinta e dois me caso e aos trinta e cinco tenho filhos, faço essa conta repetitivamente, o que é preocupante já que na adolescência queria casar aos vinte e quatro, ter filhos aos vinte e seis e onde estou agora?

O problema não sei se está na minha mente que esta ficando paranóica por estar cada vez mais perto dos trinta, ou se todos os jovens se encontram nesses mesmos questionamentos, mas a verdade das coisas que eu sei é que não sei absolutamente nada  e gostaria que o tempo parasse para poder descobrir tudo com toda calma!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Adorável decepção

   Todos já tiveram suas decepções, umas amargas outras com o sabor de arrependimento cada uma com seu tipo, seu gosto. No meu caso, minha maior decepção foi também meu maior ensinamento de alguém que a fez com sorrisos e palavras.   Abusando da fragilidade ingênua, não a ingenuidade bondosa, delicada, desentendida, mas da ingenuidade orgulhosa que não admite, que não aceita o erro já tão errante, que acha que premedita seus passos sem ter a mínima idéia de onde iram levá-los, não se assume não se permite mostrar-se, escondida em coragem no gênio teimoso de personalidade forte, repleto de mentiras, essas que camuflam a real fragilidade de quem tem medo e se veste de cavalheiro para tentar afastar quem descubra a delicadeza insegura por trás da armadura.

   Nessa interpretação irreal de força encontrei aquele, que sagazmente descobriu o segredo, no paradoxo imperfeito, aquele que conseguiu me atrair para me desarmar, arrancando-me de meus escudos de proteção por capricho, foi o mesmo que levou consigo meu coração com todos os meus adjetivos sem máscaras, se tornando o inimigo íntimo que me conhecia por completo, o único que sabia das fragilidades tão escondidas. Conquistou-me com sorrisos não tão sinceros que burlavam minha raiva anunciada, escondida em seu antônimo, com palavras de ventos suaves que se sentia como leves toques doces com o amargo implícito e se mesclava com gostos identificáveis. Um erro cometido por olhos cegos de quem fica apaixonado.

   O calmo tornou-se pavor, as palavras traição, os ventos frescos furacão, logo a libertação transformou-se em fraqueza. Da mesma forma que surgiu pretensioso, se foi com todas as minhas defesas e armas. Sem nenhuma proteção as lamúrias deram lugar a autopunição, a tolice á tanto evitada imperou e com toda culpa, atirei-me ao pó do orgulhou e lá me reergui, na aceitação repentina da análise da fajuta interpretação de um personagem sem cacife, nem verdade para atuar, escondida por temor, atrás de elos de ilusórias forças, fugindo de si mesma, pela covardia de não se permitir a enfrentar os medos para aprender a coragem, na descoberta de que fragilidade não é fraqueza, mas a franqueza de mostrar-se de verdade, com todos os defeitos, com erros essências para ensinar.

   Essa decepção de sabor não especificado, cruel e bondosa me ensinou a solidão e o que é ter a real força. A mesma que me derrubou com um golpe me fez aprender a lutar, por quem sou, pelo que sou, como realmente sou, com armas sinceras, aceitando meus anseios para enfrentá-los, sou grata a ela! Me fez aprender do pior jeito, o que nunca esquecemos... Sofrendo!