quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Conto nada de fadas

Talvez como um conto de fadas qualquer me forcei a acreditar que fosse possível um final feliz, sem a pretensão do para sempre, como se toda aquela saga de encontros, desencontros, empurrões e tropeços fossem parte da aventura misteriosa, ridiculamente almejada, onde ilusoriamente me auto dominei o papel de uma princesa mais que improvável, para um príncipe que nunca se quer foi sapo, nem cavalheiro, nem caçador, nem nada, acho que esse personagem sem sujeito nem nunca esteve na história, nunca quis fazer parte de nenhum capítulo, quanto mais ser o ator principal.

Era como se fosse uma estória de esperança de que algo, uma pontinha daquele mundo encantado pudesse acontecer e quem sabe por uma fração de segundo tudo mudasse magicamente e de repente ele percebesse que eu poderia aceitá-lo como meu sujeito qualquer, sem denominação comum e poderia até ser sem nexo , ou contexto, seriam nossas palavras mal escritas, estranhas e diferentes com a principal função de apenas se permitirem a viver.

Claro que essa possibilidade era com certeza impossível de acontecer, foi apenas uma válvula de escape para a cruel realidade de amar alguém quem simplesmente não sente absolutamente nada, comprovando com todas as letras a total indiferença para com sentimento alheio, matando aos poucos cada pedaço do coração. Tudo vai perdendo o gosto, o sentido e fugir se torna impossível, ainda mais quando não se tem ajuda para isso.

De repente esse vazio dolorido dá ao mesmo tempo uma sensação claustrofóbica, presa em uma sala sem portas e janelas, com a sua imagem em todos os cantos, sorrindo com um olhar debochado, consigo ouvir sua gargalhada ecoando dentro da minha mente toda vez que penso como deixei tudo chegar a isso, em que momento  permiti que voce me humilhace, em que segundo me tornei dependente desse seu malquerer interesseiro, egoísta e principalmente em qual dia que me esqueci e permiti que um ser tão cruel entrasse em minha vida tão toda, que até me tirou dela, me deixando com nada. 

Não tenho um lugar para correr, um colo para me entender, um ouvido que possa ser sincera, tenho apenas as palavras cinzas que se fantasiam de azul e o resto das cores que guardo para pintar minha máscara feliz...

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Quem sabe amanhã

Gostaria de escrever que o tempo mudou, a poeira sacudiu e a volta realmente foi por cima, que sairei desapegada rumo a diversão, meus dias serão alto astral, os momentos ruins se tornaram boas lembranças e o único sentimento que restou foi de indiferença. Poderia continuar com todas essas mentiras e baboseiras que deveriam servir para refletir e consolar o coração, levando a conclusão do ponto final, do chega, do não sofrerei mais!   

Sinceramente, não sei como conseguem fazer isso, porque dói, literalmente dói, a sensação de impunidade, o sofrimento, a angústia no peito que surge a cada momento parecendo que vem apenas para relembrar que está lá como um vírus e, fora todo esse processo interno, tem o rosto refletido no espelho, humilhado, que fica procurando em cada defeito estético a justificativa de não ser amado, culpando cada imperfeição, se auto punindo, incapaz de aceitar o fim, oscilando a raiva e o ódio, com o amor e a esperança, no absurdo de assumir que mesmo contudo, quer voltar.   

No momento não tenho nenhuma palavra motivadora, mesmo postando várias nas redes sociais, não sei como parar de pensar todos os dias nele e muito menos como não me culpar por isso, não tenho a mínima idéia até quando esse sentimento angustiante irá durar, mesmo sabendo racionalmente que só depende de mim para mudar isso, entretanto, ainda tenho as palavras escritas com sentimentos sinceros que me fazem desabafar e principalmente tenho total esperança no tempo que cura tudo, que poderá transformar o antes de sofrimento impossível de superar, em um depois de lembranças e histórias, livre,  pronto para voltar a se permitir gostar de coração aberto, desprendido.   

Por enquanto, o meu hoje são de palavras amargas, mas tenho certeza que em qualquer amanhã o doce voltará a preencher cada parágrafo.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Nunca seremos nós

Podemos continuar apenas fingindo que tudo está perfeitamente bem, afinal nunca tivemos e nem significamos nada um para o outro, quanto mais assumir de alguma forma algum possível sentimento existente, não temos vontade de ficar perto, nem arrumamos alguma maneira de nos encostarmos, mas isso é apenas para ter certeza da atenção. 

Nunca nos imaginamos juntos, a vontade de nos beijar é apenas coisa passageira criada devido algo entedioso ao redor, ou, devido nossa embriaguez do dia que incrivelmente nos uni como imãs alcoólicos, apenas por não ter algo melhor acontecendo na noite.

Não... Não existe nenhuma química perceptível por todos ao redor, é algo da cabeça dos outros que não devem ter absolutamente nada o que fazer, a não ser ficar reparando em nosso relacionamento que nem existe. 

Somos assim, seres livres, independentes, sem nenhuma intenção de estarmos juntos, porque nosso orgulho é muito maior do que aquela sensação de quando do nada suas mãos insistem em alcançar minha cintura sutilmente, para que de alguma forma eu não esqueça da sua presença lá e independente da distância, ou de quem está ao seu lado, seus olhos arrumam um jeito de me encontrar. 

Todas as nossas brigas, discussões e alfinetadas são coisas normais de amigos sem nenhum clima de tensão no ar e todo esse nosso jogo de disputa de quem magoa mais o outro nos mostrando felizes com outras companhias é algo sem fundamento, nem propósito, nós apenas aproveitamos o momento de conhecer pessoas legais

Assim vamos seguindo nessa turbulência particular, sem assumir, sem sentir, sem aceitar, quem sabe um dia chegamos ao ponto de nos machucar tanto que esquecemos o que nunca nos permitimos ter.

Inconsequência

Tudo gira em torno de uma atitude, ação e reação, para alguém, para o mundo, para si é um fato explicado, aprendido, arquivado e toda a questão matriz gira em torno daquilo que desagrada de alguma maneira, geralmente nas regras burladas, opiniões divergentes em uma personalidade diferente e oscilante. 

Aquele ato de incomodar de alguma forma pessoas que provavelmente vivem de infelicidade achando uma migalha de alegria condenando a vida alheia, o que não se baseia em um único indivíduo, também, no julgamento da sociedade que exibe cada vez mais a hipocrisia de apontar como inconsequente um ângulo alternativo de ver, de ser, de agir, então nos tornamos estranhos, loucos, irresponsáveis nessa inconsequência. 

Parece que os problemas estão vinculados na extrema importância do que se é, do que faz, da roupa que veste, aquela antiga nova falta de aceitação do diferente. O que me leva pensar que a pergunta deveria ser quem eu sou? A resposta seria tão confusa quanto a dificuldade de expressar essa obrigação de ter que se definir. 

A verdade é que não me importo com as coisas que me ensinaram, nem com essa imagem difusa do que é certo e errado. Tudo no final das contas será julgado, por olhos de sinceridade, por cegos de inveja, apenas por maldade, vícios de vaidade. Cabe a nós usar a técnica da invisibilidade, ou, do alvo que se abate perante as opiniões formadas e moldadas. 

Independente das inúmeras opiniões prováveis, continuo me mantendo constante na inconstante forma de agir, intensa nas idéias que invadem a mente mesmo sem razão, com um coração que bate na impulsividade inconsequente, sorri e chora a consequência da realidade, vive, se amplifica, se resume no ser hoje, para ter no que pensar amanhã!