Todos já tiveram suas decepções, umas amargas outras com o sabor de arrependimento cada uma com seu tipo, seu gosto. No meu caso, minha maior decepção foi também meu maior ensinamento de alguém que a fez com sorrisos e palavras. Abusando da fragilidade ingênua, não a ingenuidade bondosa, delicada, desentendida, mas da ingenuidade orgulhosa que não admite, que não aceita o erro já tão errante, que acha que premedita seus passos sem ter a mínima idéia de onde iram levá-los, não se assume não se permite mostrar-se, escondida em coragem no gênio teimoso de personalidade forte, repleto de mentiras, essas que camuflam a real fragilidade de quem tem medo e se veste de cavalheiro para tentar afastar quem descubra a delicadeza insegura por trás da armadura.
Nessa interpretação irreal de força encontrei aquele, que sagazmente descobriu o segredo, no paradoxo imperfeito, aquele que conseguiu me atrair para me desarmar, arrancando-me de meus escudos de proteção por capricho, foi o mesmo que levou consigo meu coração com todos os meus adjetivos sem máscaras, se tornando o inimigo íntimo que me conhecia por completo, o único que sabia das fragilidades tão escondidas. Conquistou-me com sorrisos não tão sinceros que burlavam minha raiva anunciada, escondida em seu antônimo, com palavras de ventos suaves que se sentia como leves toques doces com o amargo implícito e se mesclava com gostos identificáveis. Um erro cometido por olhos cegos de quem fica apaixonado.
O calmo tornou-se pavor, as palavras traição, os ventos frescos furacão, logo a libertação transformou-se em fraqueza. Da mesma forma que surgiu pretensioso, se foi com todas as minhas defesas e armas. Sem nenhuma proteção as lamúrias deram lugar a autopunição, a tolice á tanto evitada imperou e com toda culpa, atirei-me ao pó do orgulhou e lá me reergui, na aceitação repentina da análise da fajuta interpretação de um personagem sem cacife, nem verdade para atuar, escondida por temor, atrás de elos de ilusórias forças, fugindo de si mesma, pela covardia de não se permitir a enfrentar os medos para aprender a coragem, na descoberta de que fragilidade não é fraqueza, mas a franqueza de mostrar-se de verdade, com todos os defeitos, com erros essências para ensinar.
Essa decepção de sabor não especificado, cruel e bondosa me ensinou a solidão e o que é ter a real força. A mesma que me derrubou com um golpe me fez aprender a lutar, por quem sou, pelo que sou, como realmente sou, com armas sinceras, aceitando meus anseios para enfrentá-los, sou grata a ela! Me fez aprender do pior jeito, o que nunca esquecemos... Sofrendo!